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Foto: https://arararevista.com/

 

CLAUDIA CECILIA VACA FLORES

( Bolívia )

 

Claudia Cecilia Vaca Flores nascceu na cidade de Santa Cruz de la Sierra-Bolivia em 16 de dezembro de 1984.
É poeta, filóloga, investigadora em Educação e Estudos Interculturais.

Sua família é originaria do sudoeste Boliviano, Roboré de Chiquitos, e

de Mato Grosso do Sul-Brasil.

 

 

TEXTOS EN ESPAÑOL  —  TEXTOS EM PORTUGUÊS

NÓS DA POESIA. – volume 8 Brenda Marques Pena, org.  São Paulo, SP: All Print          Editora, 2022.  119 p.  ISBN  978-65-5822-152-4                                                  , Ex. bibl. Antonio Miranda

 


Rito

Los relatos que nos cuentan sobre la vida y las leyendas de
los colores han sido encontrados en las grutas de cada casa
donde las tías hacen sus altares junto al jardín
como queriendo representar el vientre del jaguar
que protegerá en círculos cada voz y respiración de quienes
habitan a casa.

En los patios de las casonas mesoamericanas y amazónicas
los vientres de las palmeras son invisibles brotan en primavera
junto a sus frutos.
En el invierno, las grutas de los patios y los vientres de las
palmeras
Cantan para los cuerpos
bailan en las manos del pintor
honrando la vida de cada color
con los ojos cerrados
le caen lágrimas en su rostro
las lágrimas diluyen los colores sobre el lienzo
las lágrimas lavan los pinceles.

Para el pintor: el hondo pozo de sus heridas
es lamido por la lengua de la tierra
el tiempo es una invención que no necesita más

decide bailar en un trance arcoirístico

abrazado por la conciencia del rojo
duerme en la conciencia del negro
zapatea en la conciencia sedentaria de los recolectores de
leyendas.
La conciencia nómada de los pintores
es una chispa de fósforo buscando las velas
la luz de las velas busca un lugar
el lugar está en tu entrecejo, deja que hable tu tercer s.

El lugar esperando una vida
para trascenderse a sí mismo en las leyendas sin leyes de
dioses
en las noches del norte volviendo hacia la tarde del sur
en la tarde del sur retrocediendo hacia el amanecer de las
granadas en
la boca del colibrí y
las cascadas del hito tripartito que ha roto con las normas
de sus conquistadores.
Las cataratas del Iguazu entran en la garganta de quienes
bailan y cantan el trance-rito
honrando el fruto selvático lírico mítico

espejado en las manos que aplauden las orillas lunarias
de este salto de fe.

 

                                                                   

TEXTOS EM PORTUGUÊS
Tradução de ANTONIO MIRANDA

 

      Rito

Os relatos que nos contam sobre a vida e as lendas das cores
foram encontrados nas grutas de cada casa
onde as tias fazem seus altares pelo jardim
como querendo representar o ventre do jaguar
que protegerá em círculos cada voz e respiração dos que
habitam o lar.

Nos pátios dos casarões mesoamericanos e amazônicos
os ventres das palmeiras são invisíveis brotam na primavera
junto a seus frutos.
No inverno, as grutas dos pátios e os ventres das palmeiras
Cantam para os corpos
dançam nas mãos do pintor
honrando a vida de cada cor
com os olhos fechados
lágrimas em seu rosto
as lágrimas diluem as cores sobre a tela
as lágrimas lavam os pinceis.

Para o pintor: o fundo poço de suas feridas
o lambido pela língua da terra
o tempo é uma invenção que não necessita mais

decide dançar num tranze arcoirístico

abraçado pela consciência do vermelho
dorme na consciência do negro
sapateia na consciência sedentária dos coletores de
lendas.
A consciência nômada dos pintores
é una faísca de fósforo buscando as velas
a luz das velas busca um lugar
o lugar está em teu sobrancelha, deixe que fale teu terceiro
olho.

O lugar esperando uma vida
para transcender a si próprio nas legendas sem leis dos
deuses
nas noites do norte voltando para a tarde do sul
na tarde do sul retrocedendo para o amanhecer das
granadas     
a boca do beija-flor e
as cataratas do marco tripartido que rompeu com as normas
de seus conquistadores.
As cataratas do Iguaçu entram na garganta dos que bailam
e cantam o ritmo do rito
honrando o fruto selvático lírico mítico

espelhado nas manos que aplaudem as margens lunares
deste salto de fé

 

*

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Página publicada em maio de 2023


 

 

 
 
 
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